O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está a ser criticado por aliados por conceder perdão presidencial ao filho, Hunter Biden, evitando uma possível sentença de prisão por condenações federais por compra ilegal de arma e por fuga ao fisco, mais precisamente por sonegação de 1,4 milhão de dólares em impostos.
Em reacção, de acordo com a imprensa internacional, membros do Partido Democrata afirmam que a acção do Presidente reduz a confiança dos norte-americanos no Estado de Direito.
O senador democrata Michael Bennet afirmou que a “decisão do Presidente Biden colocou o interesse pessoal à frente do dever e corrói ainda mais a fé dos norte-americanos de que o sistema de justiça é justo e igual para todos”.
Por sua vez, a deputada Marie Gluesenkamp Perez afirmou que a decisão de Joe Biden reforça a ideia de que algumas pessoas nos EUA têm privilégios jurídicos. No entanto, defendeu que “nenhuma família deve estar acima da lei”.
Recorde-se que, em Junho deste ano, o Presidente norte-americano, Joe Biden – em visita a Angola desde ontem -, afirmou que não perdoaria nem faria algo para reduzir a pena do seu filho, em respeito à decisão do júri.
Já em Novembro, dias após a vitória de Trump nas eleições presidenciais, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, descartou um perdão ou clemência para Hunter Biden, que foi condenado em Junho por três crimes relacionados com a compra de uma arma em 2018.
Joe Biden tornou-se agora o primeiro Presidente dos EUA a conceder indulto ao filho, mas não é o primeiro a perdoar um parente. Ao sair da Casa Branca em 2021, o actual Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, concedeu uma série de indultos para seus colaboradores e aliados próximos. Em 2020, concedeu clemência a Charles Kushner, sogro de Ivanka Trump, sua filha. Há ainda o caso do ex-presidente Bill Clinton, que também fez uso dos seus poderes antes do fim do seu segundo mandato, perdoando o seu meio-irmão Roger Clinton, que tinha sido condenado por porte de cocaína em 1985.