Angola continua a ser um “retrato fiel” desta realidade global do desemprego, com a população mais jovem a ser a mais afectada. A taxa de desemprego no país está estimada em 31% até ao IV Trimestre de 2022. Dos empregados, os trabalhadores por conta própria representam 50,3%, com maior incidência na área rural, na ordem de 79,7%, num cenário de elevado emprego informal e precário. Ou seja, os angolanos contribuem para um exército de pelo menos dois bilhões de trabalhadores que estão no mercado de trabalho informal no mundo, “actuando em condições precárias e sem protecção social”, aponta a OIT.
No entanto, se comparado com igual período do ano 2021 – depois de um ano a enfrentar os impactos da Covid-19 que agravaram a crise económica e financeira - a população desempregada angolana diminuiu 8,0%, segundo dados do Inquérito de Emprego em Angola (IEA), sobre a caracterização da população face ao mercado de trabalho, com destaque para o mercado informal. Actualmente, a população desempregada está estimada em mais de cinco milhões de pessoas em idade activa, que vai dos 15 aos 65 anos.
Em outras palavras, tomando como referência a conclusão da OIT e o facto de a activa em Angola começar aos 15 anos, os jovens desempregados no país estão também fora do sistema de ensino, sem oportunidade para se preparem para os desafios cada vez maiores do mercado de trabalho, devido a um cenário de desaceleração da economia, que resulta no “enfraquecimento do poder de compras e do bem-estar social”, daí que a OIT sugere a criação de medidas focadas em justiça social, criação de empregos e paridades entre os sexos, através de parcerias entre Governos, trabalhadores e sociedade civil. Os jovens, obviamente, devem ser tidos e achados nesta equação, para que se evitem soluções desajustadas e improdutivas. Caso contrário, como fome não perdoa, haverá sempre soluções informais, por mais precárias que sejam.
Leia o artigo completo na edição de Abril, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).
Precarious and informal
The combination of several factors has left 23.5% of young people without work and school across the world. This is the conclusion that the International Labor Organization (ILO) arrived at after reviewing global labor market trends. Another conclusion is that problems with the economy hinder the advancement of employment related Sustainable Development Goals (SDGs).
Angola continues to be a "faithful representation" of this global unemployment reality, with the youngest population being the most affected. As of the 4th quarter of 2022 the country's unemployment rate was estimated at 31%. 50.3% of people that work is self-employed, most of whom (around 79.7%) live in rural areas, evidencing high informal and precarious employment. In other words, Angolans contribute to an army of about 2 billion workers in the informal labor market in the world, "working in precarious conditions and without social protection," ILO points out.
However, if compared with the same period in 2021 - after a year of facing the impacts of Covid-19 that worsened the economic and financial crisis - the Angolan unemployed population decreased 8.0%, according to data from the Employment Survey in Angola (IEA), which focused on the distribution of the population in relation to the labor market, mainly the informal market. Currently, the unemployed population is estimated at more than five million people of working age, ranging from 15 to 65 years old.
In other words, taking the ILO's conclusion as a reference, and the fact that working in Angola starts at the age of 15, unemployed young people in the country are also outside the education system and do not have the opportunity to prepare themselves for the increasing challenges of the labor market. This is due to economic slowdown and results in the "weakening of purchasing power and social welfare". Therefore, the ILO proposes the implementation of measures focused on social justice, job creation, and gender parity, through partnerships between governments, workers, and civil society. Young people, of course, must be involved in this process so that solutions are not inadequate and unproductive. Otherwise, because hunger is unforgiving, there will always be informal solutions, however precarious they may be.
Read the full article in the April issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).