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Programas económicos e sociais falham em extinguir miséria estrutural em 25 anos

André Samuel
20/1/2025
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Foto:
DR

O número de pessoas desempregadas em Angola aumentou para 5,7 milhões no segundo trimestre de 2024, de 5,6 milhões no primeiro trimestre de 2024.

Há 25 anos que o poder aquisitivo das empresas e das famílias angolanas degrada em média 32%. O custo de vida é mais agravado para os desempregados e seus dependentes. Neste período um terço da população activa esteve desempregada, e entre a classe trabalhadora expressivamente mais da metade esteve na informalidade, desprovida de direitos sociais, e não contribuindo para a arrecadação fiscal.

A alta de preços corrosiva dos bens e serviços essenciais, associada à taxa média de desemprego de 29%, coloca o País entre os 15 países mais miseráveis com uma taxa média de miséria superior a 60%. Em 2023, tal como no ano anterior, Angola ocupou a 14.ª posição do ranking de países mais miseráveis no Índice de Miséria de Hanke (IMH), com uma taxa de 67%. O IMH cobre 157 países. De acordo com a análise de Steve H. Hanke, professor de economia aplicada na Universidade Johns Hopkins em Baltimore, Maryland, Angola tem a taxa de miséria mais alta da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, a terceira maior da região subsariana, depois do Zimbabwe e da África do Sul, que peca pelo elevado nível de desemprego, apesar de ser uma economia produtiva e diversificada.

Segundo o também pesquisador sénior no Independent Institute em Oakland, Califórnia, 16 dos 20 países mais miseráveis em 2023 são os mesmos de 2022, com Cuba, Sri Lanka, Gana e Ruanda sendo substituído pelo Paquistão, Malawi, Mianmar e Egipto.

Desemprego cai em 2025, mas volta a subir em 2026 

A taxa de desemprego em Angola caiu para 32,30 por cento no segundo trimestre de 2024, de 32,40 por cento no primeiro trimestre de 2024. As previsões dos analistas da Trading Economics indicam que a Taxa de Desemprego em Angola deve ser de 31,70% no último trimestre de 2024. De acordo com os modelos econométricos dos analistas, no longo prazo, a taxa deve tender a 31,50% em 2025 e 32% em 2026. 

O número de pessoas desempregadas em Angola aumentou para 5,7 milhões no segundo trimestre de 2024, de 5,6 milhões no primeiro trimestre de 2024. A taxa de desemprego em Angola teve uma média de 29,09 por cento de 2005 até 2024, atingindo um máximo histórico de 35,00 por cento no quarto trimestre de 2005 e um mínimo histórico de 19,90 por cento no quarto trimestre de 2016. 

Em média 4,9 milhões de pessoas estiveram desempregadas em Angola de 2018 até 2024, atingindo um máximo histórico de 5,7 milhões no segundo trimestre de 2024 e um mínimo histórico de 3,6 milhões no quarto trimestre de 2018.