A Reserva Estratégia Alimentar (REA) injectou no mercado pelo menos 40 mil toneladas de produtos da cesta básica para regular os preços, informou o presidente do Conselho de Administração (PCA) do Entreposto Aduaneiro, Eduardo Machado, durante a conferência de imprensa, realizada nesta terça-feira (23), em Luanda.

Segundo Eduardo Machado, o ritmo de intervenção da REA desacelerou em 2023, relativamente a 2022 por haver maior oferta de produtos.

No ano passado, disse,  foram necessárias pelo menos 630 mil toneladas métricas de produtos da Reserva. Um indicativo que resultou da inflação na alimentação e bebidas no mercado mundial, em consequência do conflito russo-ucraniano. A intervenção daquele órgão, em 2021, foi de 60 mil toneladas métricas.

No encontro foram igualmente apresentados dados do estudo sobre o impacto da REA no comportamento dos preços da cesta básica, tendo contribuído para redução do custo dos produtos alimentares no mercado.

O estudo indica que no período que vai de Março de 2022 a Março de 2023, os preços reduziram 29% no comércio a grosso, ao passo que no a retalho a queda foi de 31%.

A descida dos preços dos produtos alimentares da cesta básica em Angola, segundo inquérito da REA, ocorreu em contraciclo com aumento da inflação no mercado interno e externo.

Desde o lançamento da REA, refere o estudo, verifica-se uma estabilidade no mercado, quer ao nível da oferta de produtos, como na manutenção dos preços, refere o estudo.

Os dados do INE, segundo o inquérito, mostram uma quebra na variação mensal do Índice de Preços no Consumidor (IPC) dos alimentos e bebidas não alcoólicas, tendo passado de 1,74% em Março de 2022 para 0,79 em Março de 2023. Representa uma diminuição acima de 50%. “Sem a REA, o preço da cesta básica em Angola seria no mínimo de 40%”.

39% dos angolanos faz compras em sistema de sócia

De acordo com os dados do estudo sobre o impacto da REA no comportamento dos preços da cesta básica, 39% dos angolanos faz compras em sistema de “sócia”.

O sistema de “sócia” é aquele em que um comprador associa-se a outros compradores, para beneficiar dos preços unitários mais baixos praticados pelos armazéns.

Segundo o estudo, habitualmente 55% dos angolanos faz compras sozinho e 7% não respondeu ao inquérito que mediu o impacto da REA no comportamento dos preços dos produtos da cesta básica, desde que foi implementada, em Dezembro de 2021.

Quanto aos locais de compra, os resultados do inquérito mostram que, 70% das famílias angolanas fazem compras nos mercados informais, 9% nas cantinas, 7% nos super/hipermercado, 6% minimercado, 8% outros e 0,4% não respondeu ao inquérito.