Os estragos provocados pela alteração climática obrigam a um esforço mundial na arrecadação de pelo menos 2,6 triliões de dólares, avança a Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o organismo, os valores seriam mobilizados até ao fim da década para restaurar terras degradadas e reflorestar zonas desertificadas em todo o mundo.
Secas mais frequentes e severas, como resultado das mudanças climáticas, combinadas com as necessidades alimentares de uma população crescente, significam que as sociedades correm maior risco de convulsão, a menos que medidas sejam tomadas, alertou Ibrahim Thiaw, o executivo da ONU que supervisiona as negociações globais sobre o assunto.
"A maior parte dos investimentos em restauração de terras no mundo vem de dinheiro público. E isso não está certo. Porque essencialmente o principal impulsionador da degradação de terras no mundo é a produção de alimentos... que está nas mãos do sector privado", disse Thiaw.
O quadro da ONU referiu, citado pela agência britânica Reuters, que, até agora, o sector privado fornece apenas 6% do dinheiro necessário para reabilitar terras danificadas.
"Como é possível que uma mão esteja a degradar a terra e a outra tenha a responsabilidade de restaurá-la e repará-la?", atirou Thiaw, ao mesmo tempo em que reconheceu a responsabilidade dos governos em definir e aplicar boas políticas e regulamentações de uso da terra.
Com uma população crescente – o que significa que o mundo precisa produzir o dobro de alimentos na mesma quantidade de terra –, o investimento do sector privado seria essencial, acrescentou.