O saldo da conta corrente manteve-se superavitário (1,5 bilião USD) no primeiro semestre de 2024, equivalendo 6,2% do PIB, de acordo com dados preliminares da balança de pagamentos do período em análise, espelhados na informação divulgada pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
Fazendo referência à informação do banco central (Evolução do Mercado Cambial - I Trimestre de 2024), divulgada a 18 de Setembro, registou-se um aumento de 248,4 mil milhões USD em relação ao quarto trimestre de 2023.
O nível da conta corrente, esclareceu o BNA, deveu-se à redução das importações em 14,3% face ao trimestre anterior, “não obstante se ter observado uma queda das exportações em 12,6%”.
O desagravamento do défice dos serviços, rendimentos e transferências correntes, segundo ainda a informação obtida do banco central, também concorreram para o alcance de um saldo positivo da conta corrente.
A conta capital e financeira, conforme o regulador do sistema bancário, registou um agravamento do défice ao atingir pelo menos 1 bilião USD, contra os 686,6 mil milhões USD, registado no trimestre anterior.
Aquela ‘trajectória’ é justificada “fundamentalmente pelo comportamento do saldo dos capitais de médio e longo prazo”.
O comportamento do preço do petróleo nos mercados internacionais e das ramas angolanas, durante o primeiro semestre de 2024, avançou o BNA, concorreu para (moderada) arrecadação das receitas de exportação.
Segundo ainda o banco central, os dados preliminares mostram que houve uma diminuição da conta de bens, comparativamente ao segundo semestre de 2023 em 855,7 mil milhões USD (6,8%) e um aumento de 2,5 biliões USD, face ao período homólogo.
“Esta contracção deveu-se, essencialmente, à redução das exportações de bens em 8,6%, em particular de petróleo bruto (7,0%), apesar de se ter observado, igualmente, uma redução nas importações (11,7%)”, informou o BNA na ‘Evolução do Mercado Cambial - I Trimestre de 2024’.
Em termos homólogos, informou o BNA no estudo, as exportações registaram um aumento de 7,0% e as importações uma redução de 17,1%.
O banco central disse ainda que se observou uma contracção no preço médio das ramas angolanas na ordem de 2,3% ao passar de 84,9 USD por barril no segundo semestre de 2023 para 82,9 USD no período em referência e um aumento 7,0% em termos homólogos.
“De acordo com os dados preliminares, no final primeiro semestre de 2024, as reservas internacionais registaram um saldo de USD 14 450,7 milhões contra USD 14 726,6 milhões de Dezembro de 2023, equivalente a cerca de 7,2 meses de importações de bens e serviços, acima do indicador mínimo da convergência macro-económica da SADC (6 meses)”, assegurou o BNA.