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“Se não houver continuidade no serviço, acabamos por não ter como aumentar o nível de digitalização” - Paulo Moreira

Sebastião Garricha
27/11/2024
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Foto:
Andrade Lino

Além da banca e das infra-estruturas, existem vários outros aspectos que se devem levar em conta no processo de digitalização da, segundo Paulo Moreira.

Os investimentos na infra-estrutura têm de ter a consequência da continuidade e da permanência do serviço móvel, para se continuar a aumentar o nível de digitalização, segundo Paulo Moreira, managing partner da Forvis Mazars. 

Falando no primeiro painel da VII Conferência E&M sobre Transformação Digital, que olha para as ‘Telecomunicações e o Status Quo da Inclusão Digital em Angola’, Paulo Moreira explica que, neste particular, a consistência do serviço em Angola tem ficado um pouco aquém.

“As empresas nem sempre têm a garantia de que aquilo que estão a pagar é aquilo que estão a receber, ou porque um caminhão passou e partiu as aranhas que está tudo pendurado nos postes, ou porque o gerador que alimentava a fonte de transmissão avariou”, explica o especialista, acrescentando, também, a possibilidade de não haver investimento na infraestrutura e de as empresas estarem sempre do lado de quem não tem solução.

Entretanto, além das infra-estruturas e da banca, Paulo Moreira explica que existe uma outra parte importante para a digitalização da economia, que são as empresas, as pessoas que usam as tecnologias e que precisam ter a garantia de que os investimentos, as infraestruturas, são consistentes, são contínuas e são atualizadas. 

Reforçando sua avaliação, Paulo Moreira aponta para um aspecto que entende ser de fórum cultural, muito associado à educação, para explicar que as pessoas precisam e gostam de papel.

“Nós vamos ao banco, a primeira coisa que nos pedem é o Bilhete de Identidade para fazer uma cópia. Vamos fazer um documento qualquer, a primeira coisa que pedem é uma coisa qualquer para fazer uma fotocópia. Há, de facto, uma necessidade muito mais abrangente do que discutir questões de infra-estrutura, e que normalmente não são discutidas”, atira.

Para o especialista, a análise deve ser vista numa dinâmica muito mais global, que não passa só pela banca, pelo aumento dos terminais de pagamento ou pela questão de as pessoas entenderem o que é um ATM, mas também passe pela garantia de que as entidades que fornecem o serviço têm a capacidade de o fornecer de uma forma consistente e com qualidade.