As declarações foram prestadas aos jornalistas durante a segunda edição do "Angola Digital Fórum" (ADF), realizado nesta quinta-feira (13), em Luanda.
O evento visa estimular a criação, disseminação e aplicação de conhecimento do processo de transformação digital na integração entre negócio e tecnologia, teoria e prática, promover a experiência digital, bem como a geração de valor.
Maria Pinto lamentou, igualmente, o pouco trabalho feito até ao momento para se atingir a satisfação no que diz respeito a sociedade digitalizada.
Quanto a segurança na internet, a responsável avança que ainda há muito por se fazer e acrescenta que esta deve ser uma preocupação pessoal de cada utilizador de internet.
Na ocasião, o director Comercial da empresa Angola Cables, Fábio José, um dos expositores no evento, afirmou que em termos de protecção de dados, Angola está em uma fase embrionária.
“Estamos todos a tentar seguir as boas práticas até porque a exposição de dados não é boa não só par os usuários, mas também para as empresas. Há sempre um ataque reputacional por trás disso”, sustentou o responsável cuja empresa detém 80% do tráfego de internet em Angola.
Questionado sobre os constrangimentos em actuar no sector, Fábio José, lamentou o facto de os custos da empresa estarem ainda todos associados à moeda estrangeira.
“Os servidores, routers, cabos submarinos tudo é pago em moeda estrangeira, então transformar isso em moeda local ainda é um esforço ou fazer a conversão em moeda local para podermos pagar os nossos custos operacionais, a literacia digital dentro de algumas instituições também constitui um desafio”, apontou.
Acrescentou, igualmente, que o actual estado da economia, os conflitos pelo mundo, a pandemia da COVID-19, tudo isso afecta os serviços de telecomunicações em Angola.
Apesar dos desafios apresentados, Fábio José afirma que há sinais positivos com a entrada de novos operadores no mercado e o lançamento do Angossat 2.
O governo tem feito um esforço para melhorar o sector, disse, mas é preciso acautelar a componente fiscal, o acesso a mais financiamento para as empresas que operam nas tecnologias de informação.
O responsável louvou a iniciativa do evento, tendo acrescentado que o "Angola Digital Fórum" deve continuar, uma vez que participam do mesmo vários intervenientes do ecossistema digital desde prestação de serviços, telecomunicações, revendedores, empresas viradas a cibersegurança e até mesmo integradores de soluções.