Angola e Guiné Equatorial introduziram o sector da aviação na série de acordos de cooperação celebrados nesta terça-feira, 14, em Luanda. João Lourenço e Teodoro Obiang Nguema mostraram-se inconformados com o défice na ligação aérea entre os países africanos.
Em declarações à imprensa após assinatura de vários acordos bilaterais, os dois Chefes de Estado convergiram na necessidade de abertura de uma linha aérea que ligará a capital angolana, Luanda, à cidade de Malabo, na Guiné Equatorial.
Os Presidentes das nações produtoras de petróleo lamentaram o facto de a deslocação aérea entre os dois países do Golfo da Guiné, banhados pelo mesmo oceano, ter de passar por escala em Addis Abeba (Etiópia), alargando, assim, o tempo de viagem de duas horas para mais de seis horas.
“O nosso continente tem um grande défice de ligação entre países. Em todo o tipo de ligação – ferroviária, rodoviária, aérea – o défice é bastante grande. Portanto, esse tipo de acordo é sempre bem-vindo, no sentido de procurarmos reduzir, o máximo possível, esse défice”, afirmou João Lourenço.
Já Teodoro Obiang Nguema destacou o serviço da TAAG na ligação a vários países africanos e à Europa, tendo desafiado a companhia de bandeira angolana a abrir uma rota directa entre Luanda e Guiné Equatorial.
Na conferência de imprensa, o Presidente angolano observou que África dispõe de poucas companhias aéreas, o que limita a interligação entre os seus países, “havendo mesmo situações em que, para sair de um país para o outro, tem que seguir para muito longe e voltar para o continente”.
À guisa de exposição das limitações na ligação aérea intra-africana, o estadista equato-guineense recordou um episódio na década de 50, 60, em que uma delegação do seu país, convidada a participar numa cerimónia no Zimbabwe, teve de viajar antes para Madrid e depois para Londres, de onde partiu para Harare.
“Imaginem que volta é essa?!”, indagou, perplexo, o Chefe de Estado da Guiné-Bissau, que termina, nesta terça-feira, 14, a visita oficial a Angola, com epicentro no reforço do intercâmbio bilateral, espelhado na assinatura de instrumentos jurídicos nos domínios, por exemplo, da agricultura, pecuária e capacitação linguística.