Depois das presenças na África do Sul, Nigéria e Egipto, o JP Morgan, maior banco americano, projecta, agora, a abertura de novos escritórios em África, dentro da sua estratégia de expansão, alinhada com o desejo norte-americano de se estabelecerem como um financiador chave das economias africanas e, assim, combaterem a crescente influência chinesa no continente.
Quénia e Costa do Marfim são os países escolhidos para acolherem as próximas representações do ‘gigante’ do sector bancário global para apoio, em particular, aos países da África Oriental e Ocidental.
Nestes países, escreve o portal marroquino Le360, o primeiro banco americano oferecerá serviços bancários comerciais e de investimento, serviços de tesouraria e concederá empréstimos.
“Isto irá permitir-nos estar no terreno nestes países, o que nos permite recolher muito mais conhecimento e construir relações locais. E quando se faz isso, estamos basicamente a atender a governos, a algumas grandes empresas estatais e às multinacionais com serviços bancários tradicionais”, explicou o CEO do JP Morgan, Jamie Dimon.
Na África do Sul e Nigéria, onde o ‘peso pesado’ do sector bancário mundial está presente há quase seis décadas, o banco também oferece serviços de gestão de activos e fortunas.
Maior economia da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) e da zona do franco CFA que reúne 15 países da África Ocidental e Central, a Costa do Marfim pode funcionar como uma porta de entrada para a zona.
Na Costa do Marfim, o JP Morgan irá, inicialmente, direccionar serviços para o governo, que incluem assistência na angariação de fundos no mercado financeiro internacional e, incidentalmente, em grandes empresas públicas e multinacionais. Mais tarde, poderão surgir ofertas de gestão de activos e de património.
Quanto ao Quénia, é uma das economias mais diversificadas e dinâmicas da África Oriental e é um centro de inovação e desenvolvimento de tecnologia financeira. Uma característica que já atraiu bancos e multinacionais americanas.
E para assinalar o interesse do JP Morgan por África, Jamie Dimon está a fazer uma viagem ao continente, a sua primeira em sete anos, que inclui paragens no Quénia, Nigéria, África do Sul e Costa do Marfim.
Além disso, observa o portal, o banco pretende “adicionar um ou dois países africanos aproximadamente a cada dois anos”, explicou o CEO em entrevista à Reuters.
Este anúncio constitui uma surpresa, uma vez que os bancos europeus (BNP Paribas, Société Générale, Standard Chartered, Barclays, Crédit Agricole, etc.), historicamente presentes em África.
O JP Morgan é o maior banco dos Estados Unidos e do mundo, com mais de 4,2 triliões em activos. Opera em mais de 100 países e emprega mais de 300.000 pessoas em todo o mundo.