O modo de vida é bastante distinto das restantes populações de origem Bantu, que mais tarde lhes vieram fazer companhia.Vivendo, ainda hoje, quase exclusivamente da caça e da recolecção tornaram-se eles próprios numa atracção para muitos dos visitantes que se deixam fascinar pela sua capacidade de resistência aos novos tempos.
Calcula-se que cerca de 12 mil Khoisans vivam actualmenteem 30 comunidades locais, seguindo as mesmas regras dos seus antepassados.
Mais tarde, no século XVII, chegaram povos Bantu, como os Nganguelas, Quiocos, Cuanhamas, Umbundos ou Oshindongas, que aqui se instalaram e implementaram o seu estilo de vida. Ainda hoje, as autoridades tradicionais têm um peso significativo na vida das comunidades, com vários reis locais a orientarem os destinos das suas gentes.
Em meados do século XIX, e pressionado pelas deliberações da Conferência de Berlim que exigia a efectiva ocupação dos territórios africanos pelas potências coloniais, Portugal enviou para a região o militar Serpa Pinto que, entre Novembro de 1884 e Fevereiro de 1885, instalou um posto administrativo nas margens do Rio Cuebe. Em 1961, o desenvolvimento da localidade levou a que fosse elevada a cidade, com o nome do explorador que atinha fundado. A resistência dos povos que aí habitavam à ocupação colonial sentiu-se desde o primeiro momento, com o rei Mwene Vunongue V a destacar-se na luta contra invasores portugueses, alemães e ingleses. Após a independência, é a esse resistente que a principal cidade da província vai buscar o novo nome.
Durante os anos do conflito armado angolano, o Kuando Kubango é uma das províncias mais afectadas pelos combates que por aqui deixaram cicatrizes profundas. Ainda hoje o território se encontra minado, com organizações internacionais, como a The Hallo Trust, a travarem o duro combate da desminagem.
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