Fundado pelo rei Muanta Gandi, este reino foi ganhando poder até se transformar, no século XVII, num império que governava sobre toda a região. No auge do seu poder, a rainha Lueji A’Nkonde apaixonou-se e casou com o caçador Tchibinda Ilunga, contrariando a vontade da sua corte, já que o jovem fazia parte de uma tribo luba inimiga. A vontade da soberana prevaleceu, mas o mesmo não aconteceu com o seu Império, que acabou por sucumbir às lutas pela sua sucessão. No início do século XIX, surge, reorganizado, um segundo Império, desta feita já Lunda-Cokwe, com sedes em Luena e também em Mussumba, capital do primeiro Império que manteve a sua posição numa tentativa de preservar a imagem de poderio anterior. A migração em direcção à região do actual Moxico acaba por representar um sinal de fragmentação do Império.
A riqueza destes novos territórios que conduziu à prosperidade do Reino pode também ter traçado a sua decadência, já que foram muitos os que se entregaram aos prazeres da vida, esquecendo os interesses do Império. Mas é nesta época que nascem algumas das principais tradições rituais que chegaram até aos nossos dias e que são, também elas, uma das atracções da província.
Na década de 1880, precisamente na mesma altura em que se começava a prever o renascimento do Império, as principais potências europeias organizaram a Conferência de Berlim, que dividiu o continente africano e atribuiu o actual território angolano a Portugal, que percebeu então que teria de concretizar a ocupação efectiva das zonas que reclamava para si e começou a organizar a exploração do interior do continente.
Leia mais na edição de Outubro de 2019
Economia & Mercado – Quem lê, sabe mais!