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Moxico. História e tradição

Redacção_R&S
4/10/2019
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Foto:
Carlos Aguiar

Em finais do século XVI, os povos locais passaram a integrar o Reino da Lunda, uma confederação pré-colonial de Estados africanos que abrangia um território que se espalhava até a RDC e Zâmbia.

Fundado pelo rei Muanta Gandi, este reino foi ganhando poder até se transformar, no século XVII, num império que governava sobre toda a região. No auge do seu poder, a rainha Lueji A’Nkonde apaixonou-se e casou com o caçador Tchibinda Ilunga, contrariando a vontade da sua corte, já que o jovem fazia parte de uma tribo luba inimiga. A vontade da soberana prevaleceu, mas o mesmo não aconteceu com o seu Império, que acabou por sucumbir às lutas pela sua sucessão. No início do século XIX, surge, reorganizado, um segundo Império, desta feita já Lunda-Cokwe, com sedes em Luena e também em Mussumba, capital do primeiro Império que manteve a sua posição numa tentativa de preservar a imagem de poderio anterior. A migração em direcção à região do actual Moxico acaba por representar um sinal de fragmentação do Império.

A riqueza destes novos territórios que conduziu à prosperidade do Reino pode também ter traçado a sua decadência, já que foram muitos os que se entregaram aos prazeres da vida, esquecendo os interesses do Império. Mas é nesta época que nascem algumas das principais tradições rituais que chegaram até aos nossos dias e que são, também elas, uma das atracções da província.

Na década de 1880, precisamente na mesma altura em que se começava a prever o renascimento do Império, as principais potências europeias organizaram a Conferência de Berlim, que dividiu o continente africano e atribuiu o actual território angolano a Portugal, que percebeu então que teria de concretizar a ocupação efectiva das zonas que reclamava para si e começou a organizar a exploração do interior do continente.

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