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Trump manda simpatizante pró-Israel para embaixador na África do Sul e ‘atiça’ tensão diplomática

Victória Maviluka
27/3/2025
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Foto:
DR

Nomeação é vista com receios na África do Sul, país que lançou uma frente judiciária contra investidas de Israel em Gaza e que viu o seu embaixador expulso pela Administração Trump.

As já agitadas relações diplomáticas entre a África do Sul e os Estados Unidos podem conhecer dias mais tensos, com a nomeação por Donald Trump de Leo Brent Bozell para embaixador em Pretória, tratando-se de um conhecido fervoroso simpatizante pró-Israel.

A imprensa internacional considera a nomeação de Brent para representação da diplomacia norte-americano na África do Sul como um prémio, após este ter dirigido a Agência dos EUA para Media Global, órgão encarregue de controlar a Voice of America e outras operações da media estatal.

“Tenho o prazer de anunciar que Brent Bozell será o nosso próximo embaixador na África do Sul. Brent é o fundador do Media Research Center, que expôs os hipócritas de Fake News por muitos anos. Brent traz tenacidade destemida, experiência extraordinária e vasto conhecimento para uma nação que precisa desesperadamente disso. Parabéns Brent!”, disse Trump.

Esta nomeação é vista com muitos receios na África do Sul, país que lançou uma frente junto do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) contra as investidas de Israel - parceiro ‘eterno’ dos norte-americanos - em Gaza e que testemunhou, no início desta semana, o seu embaixador nos EUA regressar à Cidade do Cabo, após ter sido considerado ‘persona non grata’ pela Administração Trump. 

Bob Wekesa, director do Centro Africano de Estudos da prestigiada Universidade Wits, em Joanesburgo, não prevê sucesso na diplomacia de Brent, considerando-o um “instigador”, capaz de causar irritante tanto no ANC, partido no poder na África do Sul, quanto no Governo do país.

Leo Brent Bozell, nomeado embaixador dos EUA na África do Sul

“Vai tentar pressionar a África do Sul a adoptar uma posição menos anti-Israel”

Wekesa acredita que a nomeação de Brent Bozell “diz algumas coisas muito explícitas e directas” sobre as intenções de Donald Trump: “Trata-se de uma pessoa que vai tentar forçar ou pelo menos pressionar a África do Sul a adoptar uma posição menos anti-Israel e mais alinhada com os interesses dos Estados Unidos, que é apoiar Israel e abandonar a causa palestina”.

Em declarações ao Daily Maverick, o investigador cogita que Brent vai tentar persuadir a África do Sul a abandonar não só a sua causa contra o ‘genocídio de Israel em Gaza’ junto no TIJ, como, também, a campanha no Tribunal Penal Internacional (TPI) contra líderes israelitas.

“Nesta escolha, os Estados Unidos não estão interessados ​​na reaproximação com a África do Sul. E como eu conheço alguns dos radicais do ANC, eles vão atirar-se directamente contra a nomeação e causar tensão. Tempos difíceis para [o Presidente Cyril] Ramaphosa no geral”, perspectiva.

Ramaphosa, escreve o Daily Maverick, está, enquanto isso, a reflectir sobre a difícil escolha de um embaixador nos EUA para substituir Ebrahim Rasool, que foi expulso pelo Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em 14 de Março, por declarar que Trump era um “supremacista”. 

No início desta semana, realce-se, o Chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, enfatizou que era importante manter boas relações com os Estados Unidos, o segundo maior parceiro comercial da África do Sul.

Partido de Julius Malema irritado com a nomeação

“Um defensor feroz do extremismo de direita”, atira partido de Malema

Em reacção à nomeação de Brozell, o partido Economic Freedom Fighters (EFF) afirma que está claro que, com a nomeação de Leo Brent Bozell para embaixador dos EUA na África do Sul, Trump não tem intenção de “amenizar o relacionamento já tenso” entre os dois países, mas “aprofundar a divisão e impor a sua agenda imperialista em solo sul-africano”. 

O partido de esquerda ou de extrema-esquerda fundado por Julius Malema, ex-dirigente expulso do ANC, diz que Brozell não é um diplomata comum, mas “um ideólogo conservador bem documentado, um defensor feroz do extremismo de direita e um homem cuja carreira foi construída com base na promoção de narrativas que minam valores progressistas e perpectuam divisões”.